A arte de virar clientes do avesso.
Nunca tinha visto um cliente ser posto à prova como ali, no Café Correia.
Este humilde restaurante de rua, em pleno sudoeste algarvio, tem algo de presunçoso num primeiro impacto. É que quem entra, fica ignorado à entrada, como se merecesse um castigo. Já sabia ao que ia, pois muito se tem escrito sobre este “caso de estudo”, por isso esperei pacientemente com a minha família. A sala estava composta, apesar de haver mesas vagas que dariam para mais umas 16 pessoas. Um silêncio incómodo fazia-nos sentir a mais, quase convidando a pormo-nos em sentido. A medo, circulámos ali mesmo junto ao bar da entrada, para ler as notícias e apreciar as fotografias e os elogiosos cartões e distintivos da boa mesa que ali se praticava. “Há uma esperança” – pensei…
Do fundo da sala surge, mal encarada e com uma expressão de comandante, uma Sra. de meia idade envergando um avental, como se estivesse ainda a acabar de cozinhar e as visitas tivessem chegado antes da hora prevista, sem que o anfitrião tivesse terminado o repasto. Olhei melhor e percebi que era a Sra que aparecia nas fotografias expostas. D. Lilita! A “má da fita”.