Day Two: Uma mesa posta para degustar.
Os temas têm vagueado na minha cabeça desde sexta-feira. Mas a riqueza de conteúdos foi tal no segundo dia do WFTS, que precisei destes dias para degustá-los e finalmente partilhar o sabor que me ficou na boca.
A cicerone não podia ter sido melhor. Linda Pereira conduziu-nos ao repasto dos sentidos nestes dias de intensa degustação de conceitos, ideias, debates e conclusões.
Dizia ela que metade do sucesso do evento dependia da organização e dos oradores e, a outra metade, de cada um dos espetadores. Mas não foi bem assim. Na verdade, ela fez a diferença na forma como nos ajudou a todos a saborear cada momento deste encontro. E sentou-nos literalmente à mesa de intensos sabores e sensações. Obrigada Linda.
Matt Goulding, jornalista e escritor de temas de Food &Travel, e editor da revista Roads and Kingdoms “agarrou o touro pelos cornos” e não deixou dúvidas: “It’s all about food!”
Há que reconhecer que comida é que conta a história de um país. Mais uma vez o NOMA veio à baila, por ter convertido um país sem tradição nem história na gastronomia num atrativo turístico sem par, com forte impacto na sua economia.
Contam-se as histórias dos países, baseados na bússola do estômago. Os monumentos vêm depois... A comida é A História e a moeda que não conhece fronteiras! Por isso, os guias turísticos têm de se tornar Guias de Gastroturismo. Têm de ter versões ajustadas às novas tendências dos viajantes. E para isso, há que trabalhar com especialistas em Food & Travel (gostei especialmente desta conclusão...)
Matt deu alguns bons exemplos de Gastroturismo:
Anthony Bourdain, o primeiro a fazer Gastroturismo a sério, demonstrando que um estranho pode fazer “local food”. Basta entranhar na vida dos locais, porque são as pessoas que enriquecem a comida. Faz sentido… de facto, uma batata será sempre uma batata em qualquer parte do mundo. Mas a interpretação de cada povo faz toda a diferença.
Alguns links de interesse
http://www.amazon.com/Rice-Noodle-Fish-Travels-Through/dp/0062394037
http://world.time.com/2013/02/14/nomanomics-how-one-restaurant-is-changing-denmarks-economy/
Apetece-me salientar ainda uma intervenção ligada com o Food Tourism, visto como uma estratégia de Marketing integrado dos destinos
Greg Richards falou sobre sistemas holísticos, em que as experiências gastronómicas estão na base do Marketing. Cada vez mais a interpretação dos lugares é feita a partir do ângulo da comida. Isto porque quando viajamos temos de comer pelo menos 3 vezes ao dia. Então a comida tem de ser assumida como uma experiência cultural.
Uma boa estratégia de marketing de um destino deve estar baseada na sua cultura gastronómica: o espaço, o período do ano, os ícones e rituais que lhe estão associados, etc.
O Place Marketing está a dar lugar ao Place Making, acompanhando as tendências, sem medo da mudança.
Muito mais há para contar. Em próximos posts, falaremos de Street Food , preservação da cultura gastronómica através do turismo, operadores de Food & Drink e experiências de foodies. Fiquem atentos.