Ali, somos todos Alice

fotos de Frederico van Zeller

fotos de Frederico van Zeller

Quando uma fragrância nos pára o tempo.

Sim, é possível parar o tempo, pelo menos por uns segundos, enquanto aquele profundo perfume da terra nos passa pelo nariz. Ali, somos todos Alice, no maravilhoso país das trufas brancas de Alba.

Apreciadas pelo seu inconfundível perfume que desperta nos nossos sentidos uma sensação única e muitíssimo difícil de descrever. Foram precisos muitos anos e muitas afinações nos critérios de avaliação de uma trufa. Começou-se por identificar mil aromas diferentes, depois
conseguiram reduzir-se a duzentos e hoje, a mais ou menos doze. Os mais frequentes: mel, feno, cogumelos, especiarias doces, amónia, terra molhada ou seca, entre outros.

Trufa branca de Alba

Trufa branca de Alba

Contudo, só pondo uma trufa debaixo do nariz é que se percebe bem o que quero dizer. Incrível, para um cogumelo que nasce debaixo da terra. Está sempre ligado a uma árvore e às suas raízes, o que lhe imprime características e sabores únicos, dependendo da espécie de árvore. É desta simbiose singular, que ao longo de um ano, vai delicadamente nascendo a trufa.

Trifulaio com o seu cão

Trifulaio com o seu cão

Cães na "caça" à trufa

Cães na "caça" à trufa


Alba, Piemonte, Itália, ali fui Alice por uns dias. Porquê? Porque é um sitio maravilhoso onde nos apetece ficar presos no tempo.

As paisagens são únicas, o rio Tánaro que banha e serpenteia por
entre aquelas serras cobertas dum manto de vinhas.

Vista de Barbaresco

Vista de Barbaresco

Banca di Vino - Pollenzo

Banca di Vino - Pollenzo

O que me leva outra vez, a ser Alice, desta vez pelos vinhos. Nebbiolo, casta mãe, que nos dá o Barolo, Barbaresco, Roero Nebbiolo dÁlba…pffff. Alice, ai ai Alice. Cascina sim, cascina sim, (cascina = quinta), cobertas de vinha, quase sempre pertença de famílias que ali orgulhosamente produzem vinhos de altíssima qualidade.
Região do mundo onde o certificado D.O.C. é dos mais controlados e rigorosos. Um Barolo, por exemplo, não pode nascer numa encosta virada a norte. Imagine-se que numa esplanada pede um copo de Barolo (estágio mínimo de três anos, senão não pode ser o vero Barolo, rigor é rigor!) e lhe trazem a acompanhar, uma taça com troços de parmigiano reggiano acabado de lascar. De borla? What? Não tenho nada contra a bejeca e um tremoço, gosto muito, mas…vejam bem, Barolo e lascas de parmesão. Alice, assim não dá!

Prova de vinhos em Barbaresco

Prova de vinhos em Barbaresco

Estrelas Michelin, são aos montes, aliás, escondido lá num monte, está um restaurante que recusou ser mais uma no firmamento. Não queria perder a sua humilde existência nem os clientes do dia a dia… mas, mas Alice uma estrela é uma estrela, vá, já chega…
Enfim, uma viagem a repetir e repetir, muito do que ficou por ver e experimentar e com certeza provar, espero que ali fique congelado no tempo, à espera do meu regresso.
Alice, por favor, espera por mim.

links relacionados

http://www.booking-experience.tartufoevino.it

http://www.fieradeltartufo.org/2016/it

http://www.bancadelvino.it

http://www.fredericovanzeller.com

 

 

 

 

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