LOCO

Príncipio e Fim

Príncipio e Fim

Ontem escreveram-me um poema no céu da boca…
Podia começar a assim, podia acabar assim, ou podia simplesmente ser a única
frase de um romance inteiro. Gosto bastante desta última. O grande narrador
não conta, não explica, apenas mostra e, para bom entendedor, uma frase basta
para imaginar o livro todo.
Foi assim no LOCO.

Pão com Chouriço

Pão com Chouriço


Um poema em dezoito estrofes que se ligaram entre si pelas mãos de um
narrador nato. Um narrador pode assumir muitas formas, neste caso,
personificou-se num Chef.

Li com atenção o que me quis contar, apresentou-me muitas personagens,
mostrou-me sítios e fez-me viajar em cada momento, tal como um contador de
histórias, num par de horas, nos faz ir e depois voltar sem sair do lugar


Ruivo - peixe do dia - cozido ao vapor em folha de bananeira envolto num banho
de aromas que me trouxe o campo num prato, para de seguida, no mesmo
conto, mas noutro capítulo, ser levado a conhecer o Brasil de um trago só.

Ruivo

Ruivo


Num poema, por exemplo, podemos juntar o mar com a terra mas serão sempre
dois elementos. No LOCO, encontramo-los em perfeita harmonia num prato
onde o rábano preto e a cavala se fundem num só. Um poema, não disse?
Podia contar-vos os dezoito momentos, ou poemas, para mim um conto
completo. E como seriam, todos sem excepção, narrativas incríveis na
imaginação e cada um. Na minha ficou claro que lá voltarei, como voltamos a
uma memória, a uma história.

Cavala

Cavala


Falta uma peça tão importante quanto toda a história. Emília.

Escanção de coração e vocação, plena no conhecimento da narrativa, uma companhia de viagem que nos mostra o caminho sem protagonismo, mas com a segurança de quem não nos deixa perder por frases soltas.


Quando voltar será com a mesma emoção que se volta a um livro. A mesma
narrativa com outra visão, em suma, outra experiência.